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Dietas prescritas por nutricionistas podem não ser confiáveis. Será?


No dia 1º de novembro, a PROTESTE (entidade civil sem fins lucrativos, que visa atender os direitos dos consumidores) publicou uma pesquisa onde afirmou que "45% dos nutricionistas consultados no Rio e SP prescreveram dietas desequilibradas"; o que causou um rebuliço entre os nutricionistas e inclusive com o Conselho Federal da classe.


Sobre a pesquisa. Foram realizadas 40 visitas anônimas a 10 nutricionistas no Rio e 10 em São Paulo, cada um recebeu dois perfis de colaboradoras (perfil 1: mulheres obesas e perfil 2: mulheres abaixo do peso). As consultas ocorreram no período de Junho a Julho desse ano. O objetivo era avaliar o atendimento dos nutricionistas e para isso, durante as consultas, as colaboradoras diziam que queriam "fazer dietas"; as colaboradoras obesas desejavam emagrecer 10 quilos e as colaboradoras abaixo do peso queriam emagrecer 4 quilos. Os resultados obtidos pela pesquisa para o perfil 1 foram que 45% dos profissionais apresentou às pacientes dietas desequilibradas, com baixo valor calórico e com restrição de grupos alimentares; e os 55% dos profissionais indicaram um plano alimentar balanceado. Já os resultados obtidos para o perfil 2 foram que, 30% prescreveram dietas hipocalóricas e inclusive dietas semelhantes para ambos os perfis. A pesquisa também destacou pontos prós e contras nas consultas para ajudar os consumidores durante uma visita ao nutricionista, como veremos alguns a seguir:

Prós: dieta proposta adaptada à realidade do cliente, explicação sobre importância da leitura das embalagens de produtos industrializados, não foram propostas dietas restritivas e sim reeducação alimentar.

Contras: restrição de grupos alimentares importantes, prescrição e solicitação de suplemento uma farmácia de manipulação sem consentimento da paciente, proposta de jejum de 6 horas.


A resposta do Conselho Federal de Nutricionistas: o conselho afirmou que a pesquisa "não reflete a realidade brasileira sobre a atuação dos nutricionistas", pois a pesquisa foi realizada com uma amostra de apenas 20 profissionais, do Rio e São Paulo mostrando-se uma "parcela irrelevante num universo de mais de 100 mil nutricionistas inscritos nos Conselhos Regionais de Nutricionistas no Brasil". Além disso, não informa o teor das perguntas nem como foram conduzidas". O CFN aconselhou a população para que, "em qualquer situação em que porventura se sinta lesada em função de um atendimento realizado por nutricionista, procure os conselhos de nutricionistas para averiguar tais condutas". O conselho solicitou no dia 7 de novembro, uma retratação da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor – Proteste.


E então pensando sobre tudo isso gostaria de destacar alguns pontos: em parte a pesquisa parece favorável por destacar os prós e contras durante as consultas, sabe-se que dietas restritivas engordam, podem causar o efeito sanfona e se feita por um período longo, pode desenvolver algum tipo de transtorno alimentar, o ideal é ajudar o paciente na mudança de comportamento e a perda de peso será apenas uma consequência. Em contrapartida, a pesquisa não foi lá muito feliz por utilizar um número muito pequeno de profissionais para serem avaliados, abrindo uma brecha para a generalização, um outro ponto é que não cabe a PROTESTE avaliar a atividade ou conduta de um profissional, isso é de responsabilidades dos Conselhos, do contrário imagina como seria se qualquer empresa nesse ramo pudesse avaliar atendimentos médicos ou o serviço de engenheiros? Mas por outro lado, devemos parar e refletir que infelizmente, há profissionais bons e ruins e isso não está restrito a penas aos nutricionistas, claro que não podemos generalizar, nunca! Sabemos que existem profissionais que prescrevem dietas restritivas, que cortam grupos alimentares importantes, que não se interessam pelo paciente, que vai na onda de modinhas entre outras coisas. Mas também sabemos que existem profissionais comprometidos com a profissão, que se importam com seus pacientes, que buscam a melhor solução específica para cada pessoa que o procura no consultório, que não se deixa levar por modinhas mas que tem seu respaldo na ciência. Cabe ao Conselho um maior rigor na fiscalização dos profissionais.


Lembre-se! O nutricionista é o PRINCIPAL profissional no que se refere à busca por melhorias na saúde e mudanças comportamentais, além de ser o ÚNICO capacitado e habilitado para prescrever dietas. Por isso, sempre que precisar perder peso, melhorar o estilo de vida, resolver problemas de transtornos alimentares ou qualquer outro motivo, procure um nutricionista credenciado. Não se deixe levar por dicas de revistas ou blogueiros e conselhos de amigos. E durante a consulta fique atento aos prós e aos contras ditos anteriormente.



Fontes:

Proteste Saúde. 58. Nov. 2016. (proteste.org.br)
















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